domingo, 17 de outubro de 2010

Brasil, puta na sociedade e dama na cama

O Brasil é o único país que consegue ferir a seu próprio ditado. "Dama na sociedade e puta na cama" é um dos ditados mais populares que existem, que descrevem uma mulher que tem como papel reservar-se, viver em boa postura e submissão mas cumprir com seus deveres sexuais para com seu parceiro. E o Brasil, país conhecido por ser um país liberal, libertino, de índios nus que não cobriam suas vergonhas e prostitutas copacabanenses que continuam não cobrindo as mesmas, vestindo-se com minissaias inacreditáveis e indefectíveis nas poucas porém suficientes noites de frio no Rio de Janeiro. País da mulata, do samba e futebol e um dos mais retrógrados no que diz respeito ao tratamento da sexualidade. Um país em que fucionários públicos chegam a todo o momento no país, em diversas épocas do ano e conseguem pagar por encontros sexuais com meninos da cidade. É um país em que em certa época do ano pessoas desfilam seminuas cantando e sambando e pessoas do mundo todo vem ao país para assistir. É um país que se manifesta em plena ditadura através da sexualidade retrada no cinema brasileiro, saída que o povo encontrou para repartir a renda e a alta meta de filmes exigida pelo governo brasileiro. Um país que tem um dos maiores números do tráfico sexual, da prostituição infantil e é há muito tempo um dos maiores mercados sexuais do mundo. A prostituição no Brasil é um fator muito presente e deveria ser encarado com um olhar mais atento pelos governantes. As prostitutas são trabahadoras como qualquer outro/a e por isso mereciam respeito e direitos trabalhistas como em qualquer profissão.
O estigma de país tropical, que nos foi posto pelos estrangeiros, desde a época da colonização, pela abundância de frutas, cores e nudez, justificada pelo clima quente e a diversidade de insetos existentes. Aí surge o estigma de tropical travestido de carmem miranda, com frutas na cabeça e dançando alguma dança tropical.
Acontece que este país, este país que possui toda essa liberalidades, foi um doa paises que possuiu um dos regimes ditatoriais mais violentos do mundo e o último pais a declarar a abolição da escravatura. Infelizmente, só podemos nos dar conta de que ainda estamos presos a nossos antigos valores, dominados pela religião. Nos mantendo neutros sobre assuntos polêmicos para não interferir na liberdade religiosa ou não opinar mesmo para se submeter a religião extrema do país mais católico do mundo. Mas o Estado é laico. Que liberdade é essa que nos prende tanto? É uma pena que nem metade da população saiba a diferença entre casamento gay e união civil. A própria palavra "casamento" é bem religiosa e provavelmente a grande maioria de homossexuais não gostaria de se casar. Será mesmo o sonho de todo gay casar de véu e grinalda numa igreja? Claro que não. Eles querem o direito de ficar juntos. Oficialmente. Aos olhos da lei, partilha de bens e etc. Pronto. Agora só falta o Brasil aprovar isto e ser puta na cama também.